4 maneiras de criar atividades lúdicas para as crianças durante a quarentena

5 de junho de 2020


As questões que envolvem as aulas remotas desde o início da quarentena alimentaram discussões sobre plataformas intuitivas para estudantes e professores, ferramentas digitais que incentivam as metodologias ativas e muitos outros temas acerca da educação dos jovens. Até mesmo aqui, no blog da Editora do Brasil, já demos diversas dicas e exemplos de como trabalhar com os estudantes o ensino remoto. Mas, é válido pontuar que, quando lidamos com crianças ainda não totalmente alfabetizadas, as aulas on-line representam outro tipo de dificuldade. Afinal de contas, como incentivar as atividades lúdicas para essa faixa etária dentro de casa, de forma fácil e intuitiva?

O aprendizado da criança

A escola, como todos já sabemos, não é um espaço exclusivo para o aprendizado teórico, mas, também, para o desenvolvimento social do estudante. Além do convívio com a família, é dentro da instituição de ensino que a criança vai aprender a se relacionar com seus iguais, se enxergar como parte integrante de uma sociedade, conhecer seus limites e o do outro. Esse trabalho intensivo durante as etapas iniciais da Educação Básica é essencial para a criança desenvolver a maturidade requerida e avançar gradativamente de nível para o Ensino Fundamental.

O pilar fundador do desenvolvimento da criança é, por sua vez, a atividade lúdica. O ato de brincar é inerente à essa fase, e é por meio de jogos, brincadeiras e de outras situações em que é permitido usar a imaginação que ela poderá desenvolver suas habilidades, tanto motoras quanto sociais. Quando a linguagem ainda não é totalmente desenvolvida, esses se tornam, então, momentos em que as crianças conseguem se expressar, trocar informações e criar o conceito de cooperação, o que prepara o terreno para sua evolução quanto estudante.

Considerada a importância da ludicidade na infância como fator fundamental para o desenvolvimento de conhecimento teórico e social da criança, nos resta uma dúvida pontual: se o brincar é essencial para seu crescimento e sua expressão, como desenvolver aulas on-line para crianças ainda não totalmente alfabetizadas?

O apoio dos pais nas atividades lúdicas

O primeiro passo para os professores tirarem de letra o desenvolvimento de aulas remotas para crianças durante a quarentena é entender que o apoio dos pais é fundamental. Um dos efeitos mais contundentes da reclusão social foi justamente o aumento do tempo de convívio com a família, e esse deve ser o ponto de partida para essa etapa inicial de ensino.

Assim, é recomendado que o professor crie grupos em ferramentas do cotidiano, como o WhatsApp ou o Facebook, por exemplo, com os pais de sua turma e que façam deles a ponte entre as atividades propostas e os estudantes.Também é importante que os pais sejam incentivados a, pelo menos uma vez por semana, registrarem com fotos e vídeos o desenvolvimento das atividades propostas para que o professor avalie a eficácia das mesmas. Nós já fizemos um texto sobre o uso desses recursos durante a quarentena, e você encontra ele na íntegra clicando aqui.

BOAS PRÁTICAS: COMO OTIMIZAR AS AULAS ON-LINE COM FERRAMENTAS DO COTIDIANO

Quanto às atividades, é preferível evitar circunstâncias que podem representar complicações. Ações que envolvam impressão, por exemplo, devem ser utilizadas em última instância, uma vez que precisamos considerar que podem haver famílias que não dispõem de impressoras. Atividades que isolem a criança também não são atrativas, uma vez que o estudante, nesta faixa etária, precisa do convívio e da correspondência do outro.

Um bom caminho é propor atividades lúdicas que utilizem objetos do cotidiano. Além de facilitar a execução da tarefa, a proposta ainda une a família à criança, proporcionando a sensação de pertencimento aos pais: dessa forma, todos são responsáveis pelo seu desenvolvimento – tanto a escola e os professores, que propõem e acompanham, à distância, as atividades, quanto os pais, que as colocam em prática com seus filhos.

Para te ajudar a ter ideias, a Editora do Brasil selecionou alguns cenários e situações que podem ser criados com materiais do dia a dia. Com essas atividades, a criança pode soltar a imaginação e interagir com toda a família, desenvolvendo sua coordenação motora e sua socialização. Você pode replicá-las como apresentadas a seguir ou usar de inspiração para criar suas próprias propostas – o que vale é a imaginação! Mas, lembre-se: todas as sugestões devem ser montadas pelos pais ou responsáveis da criança. Confira:

Castelo

O que eu preciso? 

  • 4 cadeiras
  • Abajur de chão (ou outro objeto longo)
  • Tapete retangular
  • Almofadas
  • Lençol grande
  • Prendedores de roupa
  • Luzes natalinas (opcional)

Como montar?

Na sala ou no quintal de casa, forre o tapete. Na sequência, alinhe as quatro cadeiras em cada uma das quatro pontas do tapete. No centro, coloque o abajur de chão. Ele deve ser maior que o encosto das cadeiras. Em seguida, cubra tudo com o lençol, formando uma espécie de tenda. Use os prendedores para fixar o lençol no encosto das cadeiras. Cada encosto coberto pelo lençol formará uma torre, e o abajur de chão formará a torre principal. Coloque as almofadas dentro da estrutura para ficar mais confortável. Se preferir, enrole as luzes de natal na haste do abajur de chão para decorar o seu castelo.

Objetivo

O castelo de lençol é um ótimo ambiente para a leitura de contos e outras histórias. Estimula a imaginação e a expressão da criança, além de sua interação, uma vez que, a depender do tamanho do tapete e do lençol, o castelo pode abrigar o estudante e seus pais, que podem brincar juntos.

Percurso maluco

O que eu preciso?

  • 2 pedaços de corda, cada um com cerca de 3 metros ou mais
  • Obstáculos (almofadas, garrafas pet, toalhas, calçados, travesseiros, pneus, entre outros)

Como montar?

Essa atividade é ideal para quem possui quintal. Nele, os pais devem desenhar um percurso com as cordas (cada corda fará uma margem da trilha) e dispor os obstáculos ao longo dele.

Objetivo

O percurso maluco estimula a coordenação motora da criança de forma lúdica. De acordo com cada tipo de obstáculo, é possível solicitar que ela desvie de uma forma diferente: pulando com os dois pés, pulando com um pé só, agachando, girando, etc. Como a criança terá interação física com os obstáculos, é recomendado que seja evitado objetos pontiagudos, que podem ser engolidos ou representem qualquer outro tipo de perigo. Além da coordenação motora, é possível trabalhar a questão da vitória e da derrota, caso seja viável que outras crianças ou até mesmo os pais brinquem juntos.

Coreto

O que eu preciso?

  • Guarda-sol
  • Pedaços de corda
  • Lençol
  • Prendedores

Como montar?

Posicione o guarda-sol de modo que fique reto. Certifique-se de que todas as cordas estejam do mesmo tamanho, e as prenda em cada haste da lona do guarda-sol. Por fim, dobre o lençol de modo que fique retangular, e o prenda na ponta das cordas. Dessa forma, o guarda sol será a estrutura e o teto do coreto, e o lençol, sua “mureta”.

Objetivo

Os coretos são conhecidos por serem os locais onde eram expressados vários tipos de artes, principalmente nas cidades do interior. Construir um coreto em casa é uma ótima maneira, então, de estimular que a criança se expresse, narrando histórias, encenando e tudo o mais que sua imaginação permitir.

Xilofone

O que eu preciso?

  • 7 copos do mesmo tamanho (vidro ou plástico firme) – aproximadamente de 600 ml
  • Água
  • Palito de churrasco
  • Corante alimentício (opcional)

Como montar?

Existem duas formas de montar um xilofone com água. A primeira é distribuir quantidades diferentes de água nos sete copos e organizá-los do mais cheio para o mais vazio. Caso você queira criar o xilofone com notas reais, é só seguir uma proporção básica. Se você considerar um copo de 600 ml, você deve colocar:

  • 525 ml para a nota dó (⅞ do total do copo)
  • 450 ml para a nota ré (¾ do total do copo)
  • 375 ml para a nota mi (⅝ do total do copo)
  • 300 ml para a nota fá (½ do total do copo)
  • 225 ml para a nota sol (⅜ do total do copo)
  • 150 ml para a nota lá (¼ do total do copo)
  • 75   ml para a nota si (⅛ do total do copo)

Importante: caso o copo utilizado não seja de 600 ml como sugerido, utilize as frações indicadas ao lado.

Depois disso, é só tingir cada copo com uma cor e deixar a criança criar sua música: basta bater levemente com os palitos de churrasco nos copos e observar o som formado.

Objetivo

A musicalidade é extremamente importante na infância. Além de seu caráter lúdico, é por meio da música e do canto que a criança desenvolve sua fala e seu vocabulário.

Ademais, é uma ótima ideia a criança se apresentar com seu xilofone em seu coreto de guarda-sol – um verdadeiro programa para toda a família!

Fontes:
https://www.boredpanda.com/ikea-quarantine-campaign-furniture-to-forts-tents/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=Newsletter
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/04/18/pais-criam-atividades-ludicas-com-objetos-de-casa-para-entreter-filhos-durante-quarentena-em-sp.ghtml
https://luneta.com.br/musica-e-cores-aprenda-a-afazer-um-xilofone-a-base-de-agua
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-escolar/a-importancia-do-ludico-no-processo-de-ensino-aprendizagem-no-desenvolvimento-da-infancia

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