A filosofia dos povos originários no Brasil
17 de agosto de 2023
A cultura dos povos originários contém aspectos únicos, com histórias passadas de geração a geração por meio de cantos, danças e rituais. Atualmente, existem 305 etnias diferentes com 274 línguas vivas, ao todo são 896.917 habitantes indígenas no Brasil (Censo 2010).
Com tanta diversidade, encontramos um mundo de filosofias, literaturas, lendas e folclores indígenas!
A filosofia indígena
Marcados pela invasão portuguesa, em 1500, grande parte dos povos originários foram exterminados, etnias desapareceram e, com elas, sua cultura e costume. Após séculos de escravidão, violência, doenças e genocídio, os indígenas continuam a lutar pela sua existência em território brasileiro.
Além disso, são eles os responsáveis por preservar um de nossos maiores tesouros: a Amazônia. Todo o território esse natural deveria ser a casa dessas nações e esse direito vem sendo retirado dia após dia.
Com a criação do Ministério dos Povos Indígenas nasce a possibilidade de demarcar as suas terras, estabilizar o orçamento da saúde e combater o garimpo ilegal nas áreas já demarcadas, assim como proteger povos que ainda não tiveram suas terras reconhecidas.
![Aldeia indígena de povos originários no Brasil.](https://www.editoradobrasil.net.br/wp-content/uploads/2023/08/shutterstock_1373681444-1024x655.jpg)
Nos últimos meses de 2022, vimos notícias que denunciavam as práticas de garimpo ilegal em terras Yanomamis. Essas ações passaram a interferir na vida e sobrevivência desse povo, como doenças, desnutrição, falta de acesso aos recursos naturais e limitação da locomoção.
Esse é apenas um caso que escancara a falta de atenção aos povos originários e suas necessidades básicas: saúde, alimentação e liberdade para colocar em prática seus costumes.
Grandes nomes da cultura indígena
A literatura indígena nos aproxima de um mundo sem o olhar eurocêntrico que somos apresentados na escola. Por meio dessas leituras, escritores e escritoras indígenas posicionam-se sobre o sistema capitalista e o colonialismo na formação da sociedade brasileira.
Ailton Krenak
Escritor, ambientalista, poeta, produtor gráfico, jornalista, ativista, líder e filósofo indígena. Ailton Krenak é um dos principais nomes quando o assunto são as vidas dos povos originários.
Durante esses anos como ativista, fundou a ONG Núcleo de Cultura Indígena, protestou contra o retrocesso das lutas pelos direitos dos povos indígenas durante a Assembleia Constituinte, foi um dos fundadores da União dos Povos Indígenas e esteve presente e eventos e decisões importantes em prol da biodiversidade e biosfera.
É também autor de quatro livros: Ideias para adiar o fim do mundo (2019), O amanhã não está à venda (2020), A vida não é útil (2020) e Futuro Ancestral (2022).
Davi Kopenawa Yanomami
Atualmente, Davi Kopenawa Yanomami é presidente da Hutukara Associação Yanomami, entidade que busca defender e proteger a integridade física das terras Yanomamis.
Seus trabalhos ganharam bastante destaque internacional por defender as questões tribais e a preservação da Floresta Amazônica.
Como escritor, lançou dois livros: A queda do céu (2010) e O espírito da Floresta (2023). Também é xamã, ambientalista, político e ator.
Daniel Munduruku
Originário do Povo Munduruku, Daniel atua como professor, escritor, ativista e ator. Seu principal tópico é a diversidade cultural indígena, presente em seus 62 livros direcionados ao público infantil e juvenil.
Bastante conhecido por suas obras – em especial “O banquete dos Deuses” e “Contos Indígenas Brasileiros” -, Daniel Munduruku também é membro-fundador da Academia de Letras de Lorenas e diretor-presidente do Instituto Uka – Casa dos Saberes Ancestrais.